A queda de cabelo tem múltiplas causas, podendo estar relacionada a predisposições genéticas, ser sintoma de doenças infecciosas e autoimunes, ser desencadeada pelo uso de medicamentos ou pela falta de nutrientes. Mas você sabia que o estresse faz cabelo cair?
Apesar de ser confundida com a calvície, o excesso de queda capilar pode ser causado por estresse, seja físico ou emocional.
Condições como a alopecia areata e o eflúvio telógeno estão relacionadas à queda de cabelo por estresse, fazendo com que o sistema imunológico ataque os folículos capilares, as estruturas responsáveis por fazer nascer e crescer os fios.
Relação entre estresse e queda de cabelo
O estresse é um conjunto de reações orgânicas e psíquicas desenvolvidas pela evolução para preparar o organismo quando este recebe um determinado estímulo considerado ameaçador.
O corpo se prepara para fugir ou lutar com o suposto agressor, ficando em estado de alerta e sintetizando altas doses de hormônios, principalmente adrenalina, cortisol e norepinefrina, que em excesso desencadeiam uma série de problemas. E por isso o estresse faz cabelo cair.
Com a concentração desses hormônios aumentando na corrente sanguínea, o sistema nervoso envia sinais químicos para a raiz dos fios, ocasionando uma pausa no crescimento. Essa substância, conhecida como estriol, impede a entrada de nutrientes na região capilar e reprime o crescimento dos cabelos.
Da mesma forma, o oxigênio e as vitaminas proteínas que antes eram direcionadas aos fios são direcionadas pelo sangue para órgãos mais importantes, como cérebro, coração e pulmões.
Sem oxigenação e nutrição adequada, e submetidos à inflamação causada pelos hormônios, os fios caem e não crescem mais. Isso acontece porque o cabelo não é fundamental para nossa sobrevivência, e o corpo passa a considerá-lo supérfluo.
Tipos de perda capilar causadas pelo estresse
Entenda como o estresse faz o cabelo cair.
1. Alopecia areata
A alopecia areata é uma condição causada pela reação do sistema imunológico a altos níveis de estresse contínuo. O cortisol liberado pelo organismo causa inflamação e vasoconstrição no couro cabeludo, atacando os folículos capilares e inativando-os, o que resulta em pequenos círculos sem cabelos conhecidos como “peladas”.
A pele fica lisa e brilhante e os pelos ao redor da área falhada saem facilmente se forem puxados. É importante lembrar que esse tipo de queda é reversível, desde que a causa seja tratada e eliminada, pois como os folículos pilosos não são destruídos, o cabelo pode crescer novamente.
2. Eflúvio telógeno
Uma queda repentina de um grande número de fios é conhecida como eflúvio telógeno. Esse problema aparece cerca de 3 meses depois do evento que ocasionou a perda, pois é o tempo decorrido da morte do cabelo no folículo piloso até ele se desprender por completo.
Essa queda pode acontecer devido a um estresse agudo ou crônico, mas pode ocorrer também devido a desequilíbrios hormonais, uso de medicamentos e cirurgia. O problema é temporário, isto é, passado o estímulo estressor, o cabelo volta a crescer.
O que pode agravar a queda de cabelo por estresse?
Alimentação inadequada
Uma alimentação pouco nutritiva, como ocorre em dietas muito restritivas para a perda de peso ou constituídas de junk food ou fast food, eleva as taxas de cortisol no organismo. Esse hormônio provoca inflamação e vasoconstrição do couro cabeludo, resultando na queda dos fios.
Cigarro e álcool
A ingestão de álcool e o uso do tabaco provoca aumento da produção de radicais livres no nosso corpo, os quais promovem inflamação nos tecidos, incluindo a pele do couro cabeludo, o que facilita a queda dos cabelos.
Além disso, o consumo de álcool e de cigarros diminui o aporte de oxigênio para o couro cabeludo, resultando também no desprendimento dos fios dos bulbos capilares.
Sedentarismo
Os exercícios físicos liberam hormônios e neurotransmissores benéficos na corrente sanguínea, como a endorfina, que contrabalança os efeitos do cortisol e alivia os sintomas do estresse.
Quem não faz exercícios não obtém seus efeitos benéficos, e por isso o sedentarismo trabalha contra a saúde em geral do corpo, podendo piorar a queda de cabelo em épocas estressantes, já que o cortisol não é eliminado.
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica é um problema que afeta o couro cabeludo e regiões oleosas da pele, sendo conhecida também como caspa, eczema ou seborreia. Essa doença é uma inflamação crônica que surge em áreas com grande número de glândulas sebáceas, como o rosto.
Esse tipo de dermatite causa descamação, vermelhidão e coceira em algumas áreas da face, peito e costas. Provoca caspa no couro cabeludo, que costuma piorar com o estresse, agravando o quadro de queda de cabelo.
Cuidados para evitar a queda de cabelo por estresse
Geralmente a queda de cabelo por estresse é passageira e se resolve sozinha. No entanto, é preciso ficar atento aos sinais de alerta que podem fazer com que o eflúvio se torne crônico.
Os sintomas mais comuns de estresse são dores de cabeça, taquicardia, sudorese, tontura, dores musculares, ansiedade, problemas gastrointestinais, insônia, fadiga crônica e irritabilidade.
Como tratar a queda de cabelo por estresse
Se seu cabelo está caindo muito, o primeiro passo é buscar ajuda médica: só assim você terá certeza que sua queda de cabelo se deve ao estresse e não a outra condição de saúde não diagnosticada.
O dermatologista ou tricologista poderá indicar a ingestão de suplementos vitamínicos para o fortalecimento dos fios, como Pantogar© ou Lavitan Hair©, e/ou agentes vasodilatadores para auxiliar na redução da inflamação e aumentar a oxigenação do couro cabeludo, como o Minoxidil e a finasterida.
O diagnóstico precoce é fundamental para reverter os quadros de alopecia areata, casos em que o médico poderá receitar medicamentos de aplicação tópica ou oral contendo corticosteróides.
Também existem outros procedimentos que beneficiam os casos de alopecia areata e eflúvio telógeno, como o laser de baixa potência, a eletroestimulação por LED, a mesoterapia capilar, a carboxiterapia, e a microinfusão medicamentosa.
Além do tratamento médico, é preciso pensar em formas de lidar com o estresse, como psicoterapia e a meditação. Além disso, é preciso estimular o sistema imunológico com alimentação saudável, exercícios físicos regulares, vitamina D e boas noites de sono.
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