A calvície é uma preocupação recorrente para muitas pessoas, especialmente nas culturas ocidentais, que associam o cabelo farto à beleza e autoestima. No entanto, metade dos homens de até 50 anos costumam ter calvície, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Além da queda de cabelo masculino, também as mulheres são afetadas pela calvície. Nelas a principal queixa costuma ser o cabelo ralo, enquanto os homens desenvolvem entradas e podem ficar totalmente carecas.
Apesar da queda de cabelo ser multifatorial, a causa da calvície é genética, tanto em homens quanto mulheres. Chamada cientificamente de alopecia androgenética, a calvície acomete pessoas em famílias geneticamente predispostas, nas quais ocorre uma atrofia dos folículos capilares pela presença de altas doses de testosterona.
Os fios passam então por um processo de miniaturização, e vão ficando cada vez mais finos até se tornarem imperceptíveis. Trata-se de um processo progressivo e persistente que pode ser irreversível se não for tratado de maneira adequada.
A boa notícia é que o tratamento para calvície evoluiu nos últimos anos com o desenvolvimento de novas tecnologias, medicamentos e técnicas cirúrgicas que devolvem a vitalidade aos cabelos. E por isso, as opções são variadas no combate à queda de cabelo.
Nesse post, vamos explicar os principais tipos de tratamento contra esse problema.
A finasterida é um medicamento de uso oral desenvolvido para reduzir o tamanho da próstata em pacientes com hiperplasia prostática benigna, mas que se mostrou também eficaz nos casos de calvície hereditária, melhorando significativamente o volume e aspecto dos cabelos.
Esse remédio tem sido tradicionalmente utilizado em homens porque pode causar má-formação fetal em mulheres grávidas. Alguns dermatologistas têm feito uso off-label para mulheres na menopausa, quando não há mais risco de gravidez, mas o assunto é controverso.
Além da finasterida, existe outro medicamento chamado dutasterida, cujo princípio de ação é mesmo, ou seja, atua no couro cabeludo bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável por transformar a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) – hormônio relacionado ao afinamento e enfraquecimento dos fios.
Tratamentos para a calvície de uso tópico também foram desenvolvidos para promover o crescimento dos fios, especialmente na forma de cremes e loções. Conheça os mais utilizados na prática clínica:
Minoxidil: é um vasodilatador apresentado sob a forma de loção, que ajuda a bloquear a ação dos derivados da testosterona no bulbo capilar e acelera o crescimento dos cabelos em homens e mulheres.
Alfaestradiol: é um hormônio sexual derivado do estradiol cuja forma de administração é tópica, ou seja, por meio de loção que deve ser aplicada no couro cabeludo. Comercializado na forma de solução com o nome Avicis©, é indicado para o tratamento da alopécia androgenética em homens e mulheres.
Espironolactona: é um diurético utilizado para hipertensão que funciona como um antiandrógeno sistêmico, ou seja, esse fármaco impede ou suprime a produção dos hormônios masculinos responsáveis pela atrofia do bulbo capilar. Está indicado para a calvície feminina.
Acetato de ciproterona: é antiandrógeno sistêmico utilizado em manifestações graves de androgenização na mulher, como por exemplo, hirsutismo (um aumento da quantidade de pelos em locais comuns ao homem) e alopecia androgenética feminina grave.
O tratamento a laser para a calvície é feito por meio de uma luz que atua diretamente no bulbo capilar, provocando uma alteração no ciclo de crescimento dos cabelos. Assim, as células que estavam na fase inativa passam para a fase ativa, estimulando o crescimento rápido dos fios. Não é dolorido e os resultados aparecem em seis meses.
Já o tratamento para calvície com uso de eletroestimulação tem a circulação sanguínea como alvo, e atua por meio de LED, uma luz de baixa intensidade que estimula os folículos capilares, aumentando o suprimento de oxigênio e nutrientes para os locais afetados e facilitando a penetração de medicamentos. O tratamento dura seis meses e os efeitos começam a ser sentidos a partir do segundo mês.
Também chamada de mesoterapia capilar ou microinfusão medicamentosa, a intradermoterapia capilar consiste em fazer microperfurações no couro cabeludo para facilitar a injeção de compostos capilares de diferentes composições no local.
O objetivo é injetar elementos necessários para o crescimento e fortalecimento dos fios diretamente nos bulbos capilares, onde eles são produzidos. Além de um mix de proteínas, vitaminas e outros ativos, pode-se injetar diretamente medicamentos como minoxidil e finasterida, e se necessário, até mesmo corticosteroides.
Desenvolvida como alternativa à mesoterapia capilar, a radiofrequência microagulhada utiliza um equipamento que faz microfuros no couro cabeludo, provocando um processo inflamatório local que estimula o crescimento dos fios e facilita a penetração de fatores de crescimento.
Os fatores de crescimento são peptídeos, ou seja, pequenos conjuntos de aminoácidos que são liberados pelo corpo durante o processo de cicatrização de feridas. Eles são capazes de aumentar a atividade das células dos fios, fazendo com que cresçam mais rápido.
O transplante capilar é uma técnica cirúrgica que consiste na remoção de folículos pilosos do couro cabeludo da própria pessoa, transplantando-os para áreas sem cabelo ou em processo de se tornarem calvas. Quando os folículos são transferidos dessa forma, os fios voltam a surgir nessas áreas.
Entre as opções de tratamento para calvície, o transplante de cabelo é considerado a única solução definitiva para a alopecia androgenética de homens ou mulheres. E mais: é procurado por pessoas que passaram por tratamentos anteriores que não surtiram efeito ou que estão com a calvície muito avançada.
O transplante de cabelo é indicado quando o paciente tem, além de uma queda acentuada de cabelo, uma área doadora significativa. Isto é, um trecho abundante de fios que possa servir de doação para a região calva e onde os fios sejam geneticamente resistentes à calvície.
Agora que você sabe mais sobre tratamento para calvície, não esqueça: antes de se automedicar, lembre-se que o diagnóstico correto é fundamental para o sucesso do tratamento. Procure um médico dermatologista ou tricologista para descobrir as causas da queda de cabelo e quais tipos de tratamentos são indicados para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração da terapêutica.
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