Com as exigências estéticas da modernidade, novos tratamentos são desenvolvidos para tratar problemas que afetam homens e também mulheres. Entre esses tratamentos está o feito com o uso do medicamento conhecido como finasterida no combate à calvície.
A finasterida foi desenvolvida nos anos 70 para combater a hiperplasia prostática benigna e melhorar os sintomas urinários. Descobriu-se, no entanto, que os pacientes que utilizavam o medicamento tinham melhora significativa no volume e aspecto dos cabelos.
Assim, a finasterida passou a ser utilizada para o tratamento da alopecia androgenética, a calvície de origem genética que está relacionada aos hormônios sexuais masculinos. Altas doses de testosterona promovem a atrofia dos bulbos capilares e aceleram a queda definitiva.
Embora tradicionalmente a finasterida seja utilizada para a calvície masculina, mais recentemente os médicos passaram a receitar o medicamento para mulheres com alopecia androgenética. É sobre o uso de finasterida por mulheres que tratamos a seguir.
A finasterida é um medicamento de uso oral vendido em forma de comprimido e que atua no couro cabeludo bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase. Essa enzima é responsável por transformar a testosterona em dihidrotestosterona (DHT), hormônio que causa o afinamento e enfraquecimento dos fios em pessoas geneticamente dispostas.
Essa medicação vem sendo usada há mais de 20 anos em homens com alopecia androgenética, enquanto o uso em mulheres ainda é off-label, isto é, não está indicada na bula. Por isso, como a utilização da finasterida para calvície feminina ainda não está bem estabelecida, alguns dermatologistas não prescrevem o remédio para as mulheres.
Tanto as agências reguladoras quanto a própria bula indicam que o uso de finasterida não é recomendado para mulheres porque há risco de má-formação fetal em mulheres grávidas. No entanto, mulheres que já se encontram na menopausa ou apresentam quadros de infertilidade podem se beneficiar do medicamento.
A indicação de finasterida para mulheres costuma ser reservada para casos graves de alopecia androgenética ou quando há um hiperandrogenismo evidente. Ou seja, um excesso de hormônios masculinos no sangue. Os sinais incluem crescimento de pelos, acne, irregularidades menstruais, entre outros.
Especialistas indicam que os estudos comparativos do uso de finasterida em homens e mulheres mostraram que a dose de 1mg não é eficaz para a calvície feminina, embora o seja para os casos masculinos. A dose utilizada para mulheres costuma ser de 2,5 a 5mg.
Conforme mencionamos, o medicamento é teratogênico, o que quer dizer que se a mulher engravidar durante o uso da finasterida, o bebê nascerá com má-formação. Por essa razão, a própria bula contraindica o uso por mulheres em idade fértil e adverte que mulheres grávidas não devem nem mesmo manusear comprimidos quebrados ou esfarelados.
Mulheres em idade fértil que tiverem indicação para o uso do medicamento precisam fazer uso de contraceptivos bastante seguros já que correm o risco de feminização do feto – quando o bebê do sexo masculino nasce com a genitália externa feminina.
Mulheres em fase de amamentação também não devem usar a finasterida, e nem tocar nos comprimidos que o parceiro porventura estiver usando para não haver o risco de entrar em contato com o princípio ativo por meio da pele.
A finasterida também não é indicada para mulheres com problemas no fígado ou rins ou com história pessoal ou familiar de câncer de mama ou ovário. Embora não se tenha a comprovação de que o remédio cause esses cânceres, sabe-se que seu uso pode aumentar a concentração de estrógeno, o que aumenta as chances do desenvolvimento da doença em mulheres geneticamente predispostas.
Como qualquer medicamento, a finasterida pode causar efeitos colaterais. Alguns estudos apontam diminuição da libido como um dos efeitos, assim como o aumento de sintomas depressivos e ansiosos em pessoas predispostas, tanto mulheres quanto homens.
O remédio pode causar aumento ou dor nas mamas, além do já mencionado efeito teratogênico e de feminização do feto se usado durante a gestação. Também podem ocorrer reações alérgicas como erupções cutâneas, coceira, urticária e inchaço dos lábios, língua, garganta e da face.
Por ser utilizado de forma off-label nos casos de calvície feminina, pouco se sabe sobre os possíveis efeitos colaterais e riscos a longo prazo do uso da finasterida em mulheres, especialmente quando se considera que seu uso deve ser diário para ser eficaz.
Antes de fazer o uso do medicamento, é necessário procurar um médico especialista em tricologia para fazer um diagnóstico e recomendar a melhor forma de tratamento. Como a queda de cabelo pode ser causada por múltiplos fatores, é necessária uma avaliação médica.
Além da alopecia androgenética, motivada por causas genéticas, os fios podem cair devido a doenças não diagnosticadas, disfunções hormonais e deficiência de vitaminas e sais minerais. Para que o tratamento surta efeito, é preciso descobrir as causas da queda de cabelo.
O assunto é controverso. Os resultados dos estudos são contraditórios em relação à eficácia e segurança do uso de finasterida em mulheres. Por isso, a droga só pode ser utilizada após avaliação e prescrição médica. Também é preciso realizar exames hormonais e de fígado para saber se a paciente não apresenta nenhum problema de saúde que, aliado à substância, cause complicações futuras.
Você vem apresentando queda de cabelo acentuada e precisa de ajuda para reverter o quadro? Conheça o Centro de Tecnologia Capilar, uma clínica que possui um grupo de profissionais altamente qualificados no diagnóstico e tratamento da queda de cabelo. Conte com um tricologista para indicar o melhor tratamento para o seu caso.