A maioria das mulheres com perda acentuada de cabelos se sente desconfortável com a própria aparência e sofre com essa situação, pois as madeixas estão muito associadas à feminilidade e à sensualidade.
A alopecia, como é chamada cientificamente, é causada tanto por fatores endógenos (como a falta de vitaminas ou excesso de hormônios) como por fatores exógenos (tais como o excesso do uso de chapinha e penteados muito presos). Apesar de existirem muitas causas para a calvície, a mais comum é o fator genético.
A calvície é a perda excessiva de cabelo que torna parte do couro cabeludo mais visível devido à rarefação dos fios. Diferentemente dos homens, que perdem os fios nas regiões frontal e frontoparietal (as famosas entradas), nas mulheres a perda é mais difusa, acometendo principalmente a parte superior central da cabeça.
Outra diferença relevante entre os gêneros é o período em que a alopecia começa a se desenvolver, pois nos homens a calvície é mais precoce, começando no final da adolescência e se intensificando entre os 20 e 30 anos.
Na mulher, a condição começa por volta dos 30 anos, se acentuando após a menopausa devido à diminuição da produção do hormônio estrogênio, que exerce efeito protetor nos bulbos do couro cabeludo. Além da diminuição da quantidade de fios, estes podem ficar mais finos e frágeis e ainda crescerem mais lentamente. O resultado é uma cabeleira rala e com aspecto frágil.
A perda de cabelos pode abalar emocionalmente uma mulher e causar transtorno. No entanto, nem sempre a queda dos cabelos é sinônimo de calvície. Em alguns casos, mesmo quando a queda parece ser excessiva, o cabelo pode estar passando por uma queda fisiológica, ou seja, uma redução que acontece normalmente, em que os fios velhos são trocados por fios novos.
No couro cabeludo há cabelos em diferentes estágios: alguns estão crescendo (fase anágena), outros estão estabilizados (fase catágena) e outros irão cair (fase telógena). O “tempo de vida” de um fio de cabelo é de seis a sete anos, e ele cresce, em média, 1,2 centímetros por mês. A média de queda varia entre 50 e 150 fios ao dia. Quando a quantidade de fios ultrapassa essa média, instala-se a calvície, condição em que o cabelo cai em grandes quantidades em determinadas áreas, proporcionando a visualização do couro cabeludo.
Os seguintes fatores podem ocasionar a calvície feminina:
Apesar de ser mais comum nos homens, a alopecia androgenética afeta cerca de 50% das mulheres, e assim como a masculina, é causada por fatores genéticos e hereditários. O responsável pelo problema é a testosterona, hormônio masculino que também circula nas mulheres, porém em uma quantidade menor do que nos homens.
Por meio da enzima 5-alfa-redutase, a testosterona é convertida em di-hidrotestosterona, molécula que fragiliza os bulbos capilares, locais em que nascem os fios. Por isso, os fios sofrem um processo de miniaturização, ficando cada vez menores e mais finos, até se tornarem uma penugem, desaparecendo do couro cabeludo.
A queda de cabelo é relativamente comum em mulheres após o parto, não só devido às alterações hormonais que continuam a acontecer no organismo, mas também pelo estresse do parto. A alopecia também pode surgir durante a gestação devido ao aumento do hormônio progesterona, que pode ressecar o cabelo, deixando-o mais fraco e quebradiço. Mulheres que trocam de pílula ou que começam um novo método anticoncepcional hormonal também podem apresentar queda de cabelo temporária, além daquelas que entram na menopausa.
Além disso, a síndrome dos ovários policísticos também causa queda de cabelo devido à produção em larga escala do hormônio masculino, resultando em alopecia androgenética. As doenças da tireoide, uma glândula que produz substâncias indispensáveis para o funcionamento de todo o corpo, também podem fazer os fios caírem.
Tanto a falta quanto o excesso de vitaminas e sais minerais podem levar à queda de cabelos. Geralmente, a falta de vitaminas do complexo B, da vitamina C, e da vitamina D predispõe a perda dos fios, bem como a falta de magnésio, ferro e zinco. O excesso também pode provocar a queda de cabelo, como ocorre no caso de suplementações exageradas do íon cobre.
Dentre as causas mais comuns para a perda acentuada de fios de cabelo estão o estresse e a depressão. No caso do estresse agudo, como em situações de diagnóstico de uma doença grave ou acidente de trânsito, a mulher pode desenvolver eflúvio telógeno, quando o cabelo para de crescer e começa a cair depois de três meses do evento traumático. O estresse crônico e a depressão também afetam as madeixas: se a ansiedade nunca vai embora, cria-se uma bagunça hormonal que prejudica a integridade dos fios.
Fatores de fora do corpo que atuam nos cabelos podem ocasionar uma inflamação do couro cabeludo, seja pelo uso de produtos inadequados para coloração ou alisamento, pelo uso excessivo de calor (secador ou chapinha), ou ainda por um estresse físico, como o uso de penteados muito presos (rabos de cavalo, coques e tranças).
Lavar o cabelo com frequência e controlar a oleosidade também é importante, já que o sebo e as impurezas a que somos expostos diariamente prejudicam os folículos capilares. Utilizar chapéus ou bonés em excesso, ou dormir com o cabelo molhado pode favorecer a proliferação de fungos, o que também afeta a saúde dos fios.
Existem alguns medicamentos tópicos que ajudam no tratamento da queda de cabelo, como loções que contenham minoxidil ou alfaestradiol. O minoxidil é um medicamento com efeito vasodilatador, usado inicialmente para tratamento de hipertensão arterial e de uso dermatológico bem estabelecido.
Embora seja considerado contraindicado para o sexo feminino por estimular o aparecimento de pelos na face e no corpo, pode ser usado por mulheres na concentração de 2%. Sua aplicação deve ser contínua para a manutenção do resultado, devendo-se esperar um mínimo de 3 meses de uso para avaliação de eficácia.
Já o alfaestradiol é um medicamento mais novo no Brasil e que age também como bloqueador da enzima 5-alfa-redutase, impedindo a transformação da testosterona em di-hidrotestosterona, o que evita a fragilização dos fios e a consequente queda dos mesmos. É contraindicado para mulheres grávidas.
Se os níveis hormonais estão desregulados, é preciso ajudar o corpo a regulá-los. Se a queda de cabelo é causada por um mau funcionamento da tireoide, tomar medicamentos para regular a produção de hormônios da glândula pode resolver o problema.
Em outros casos será necessário suspender o uso de medicações que estão prejudicando os fios. No caso da síndrome do ovário policístico ou da alopecia androgenética, existem medicamentos de uso oral ou tópico que inibem a ação deletéria dos hormônios masculinos sobre os folículos, visando reverter o processo de afinamento e de miniaturização dos fios, como a espirololactona, um diurético utilizado para hipertensão, e o acetato de ciproterona, um antiandrógeno sistêmico.
Como a deficiência de nutrientes como vitaminas e sais minerais está intimamente ligada à queda dos cabelos, é importante realizar uma consulta médica para verificar se o uso de cápsulas de vitaminas está indicado. Existem substâncias específicas de uso oral para diminuir a queda dos cabelos ou fortalecer os fios, tais como o Imecap Hair© e o Pantogar©.
O tratamento de eletroestimulação tem a circulação sanguínea como alvo, e atua por meio de tecnologias inovadoras. O LED trata o couro cabeludo por meio de luz de baixa intensidade, o qual estimula os folículos capilares em pacientes com queda de cabelo ou miniaturização, aumentando a circulação local, o que permite o suprimento de oxigênio e nutrientes para os locais afetados, e facilita a penetração de medicamentos.
O tratamento é semanal e dura seis meses, mas os efeitos geralmente começam a ser sentidos a partir do segundo mês. Não exige cuidados no pós-procedimento, mas é necessário fazer manutenção a cada quatro meses.
Outra novidade na área capilar é o laser fracionado de Erbium, que provoca uma alteração no ciclo de crescimento dos cabelos, fazendo com que células que estavam na fase inativa passem para a fase de crescimento ativo, estimulando o crescimento rápido dos fios. O tratamento completo se dá de seis a dez sessões, realizadas a cada 15 dias, e a manutenção é feita de quatro a seis meses de tratamento.
O transplante capilar é uma técnica cirúrgica que consiste na remoção de folículos pilosos (estruturas localizadas no couro cabeludo que são responsáveis por fazerem os fios nascerem e crescerem) que são geneticamente resistentes à calvície, transplantando-os para áreas sem cabelo ou em processo de se tornarem calvas, o que faz com que o cabelo volte a surgir nessas áreas.
Por ser um procedimento mais invasivo, caro e demorado, é uma das últimas alternativas quando não existe resposta adequada aos tratamentos anteriores ou quando a calvície está muito avançada. É indicada para quem possui uma área doadora significativa, ou seja, um trecho de abundante de fios que possa servir de doação para a região calva. O transplante capilar pode ser realizado por meio de duas técnicas diferentes, de acordo com a necessidade da paciente.
Na FUT, uma faixa de couro cabeludo com milhares de folículos é retirada da área doadora e implantada na área com falhas. Na FUE, os folículos são coletados um-a-um da área doadora e transplantados para as regiões com o problema. O resultado costuma ser permanente, mas demora até um ano para aparecer, pois os fios que são implantados com os folículos caem logo após a cirurgia, voltando a nascer após quatro meses.
A micropigmentação capilar é um método de camuflagem semipermanente do couro cabeludo em que são desenhados fios de cabelo nas áreas que apresentam falhas. Esse procedimento simula o crescimento capilar, mas não diminui ou cessa a queda dos fios. No caso dos homens, aplica-se o procedimento em todo o couro cabeludo, se forem completamente carecas, ou em áreas estratégicas, como as entradas na fronte da testa ou nas laterais da cabeça.
Já no caso das mulheres, a micropigmentação é utilizada para dar aparência de volume, já que a queda capilar é difusa e se espalha por várias regiões do couro cabeludo. Por atingir apenas a derme, a camada superficial da pele, o processo caracteriza-se como não invasivo, diminuindo o tempo de recuperação e as chances de infecções no pós-tratamento.
É necessário fazer retoques a cada quatro ou cinco anos para eliminar o efeito desbotado. É uma alternativa para mulheres que não podem ou não querem submeter-se ao transplante capilar.
Existem no mercado vários cremes de coloração, sprays e pós para camuflar a falta dos fios de cabelo. Do mesmo modo que a micropigmentação, esses produtos não têm efeito na queda ou crescimento dos fios, mas disfarçam a falta de volume ao aumentar o diâmetro dos fios. Saem facilmente com água e são uma opção para mulheres que tenham contraindicação ao transplante capilar e não desejam fazer micropigmentação capilar.
As próteses capilares são boas alternativas para aquelas pessoas que, por algum motivo, não podem ser submetidas à cirurgia de transplante ou que simplesmente que optam por um procedimento não invasivo. As próteses são confeccionadas com fios de cabelos naturais, o que garante uma aparência melhor. Muitos especialistas não indicam as próteses fixas, que são aderidas ao couro cabeludo com cola cirúrgica, pois podem ocasionar micoses, irritações ou feridas se não utilizadas corretamente.
A prótese que pode ser colocada e removida a qualquer momento é a mais indicada, pois podem ser fixadas ao couro cabeludo com fitas adesivas facilmente removíveis. A desvantagem é que a prótese pode se deslocar durante a prática de esportes ou quando a sudorese é mais intensa, e não é possível nadar com ela.
Uma queda incomum dos fios, percebida pelos fios que ficam na escova ou no banheiro ao lavar e secar os cabelos, deve ser observada de perto. Se esta se tornar mais acentuada com o passar das semanas, é hora de procurar um especialista. O quanto antes se descobrir as causas e se iniciar um tratamento, mais rápidos e eficientes serão os resultados.
Assim como a calvície demora para se instalar, também o tratamento exige paciência, pois o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, sendo muito comum a associação de técnicas ou até a troca de estratégia durante o acompanhamento.
Ao notar que seu cabelo está caindo ou apresenta caspa, descamação, feridas, dor, e coceira, é necessário procurar um especialista. A queda de cabelo pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico, que é o único capacitado para dizer qual a conduta mais indicada para o seu caso.
O Centro de Tecnologia Capilar conta com tecnologias avançadas no diagnóstico e tratamento de queda capilar, tais como a tricoscopia, que é feita na primeira consulta para o diagnóstico do problema que leva à queda, e o capacete e o pente de LED, terapias que estimulam o aumento do fluxo sanguíneo e a multiplicação celular, fornecendo mais oxigênio e nutrientes para o bulbo, além da microinfusão medicamentosa, da sucção a vácuo, e da mesoterapia capilar.
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